DOIDOS À SOLTA : quando o Penta conheceu a Gamia

Era uma vez um joelho que vivia numa linda casinha à beira de um campo de futebol. Esse joelho era um joelho que tinha a mania que era bom, bonito, vistoso e por isso passava a vida a fazer-se às mulheres. O seu sonho era apanhar pela frente a Keyra Anorética e com ela passar um valente fim de semana numa estalagem de curta permanência.

Um dia, o joelho ia a passar na rua e vê uma gaja a estacionar a mota. Faz-lhe olhinhos, dobra-se duas ou três vezes para mostrar a potência dos seus gémeos e chega-se ao pé dela cheio de falinhas mansas. “Olha lá, vais-me mentir ou assumes que nunca viste uma rótula tão grande na tua vida?”

A gaja, miúda esperta e com sentido de humor, achou graça à aproximação do joelho. Depois de duas ou três palavras, lá acederam a ir jantar fora num sítio romântico.

O belo lugar foi a tasca da esquina, onde um taberneiro com uma camisola de jogar à bola com um 3 nas costas tratava de cuspir para os copos para estes ficarem mais limpos. O joelho lá pede 2 sandes de coirato com môlho au mostarde e duas mines bem froid! Depois, sob a beleza da lâmpada florescente trepidante prestes a fundir, ele confessa-lhe: “Estou agarrado a tí!”.

Ela córa. Diz que não sabe o porquê de ele ser tão carinhoso. Ele diz que são olhos dela, tão castanhos que combinam às mil maravilhas com a barata cascuda que acaba de passar junto à cara dela nos azulejos. Ela não resiste e beija-o naquela côxa carnuda.

Nesse momento, o tasqueiro indica que está na hora de descerem.

É então que o casalinho entra no sub-mundo da noite. Sub porque descem à cave da Tasca, Mundo porque além deles estão lá em baixo o tasqueiro, um árabe e um italiano. Poker de mesa. Dinheiro vivo.

O joelho é imbatível. Impenetrável naquela curva rotuliana. É completamente imperceptível saber se ele faz bluff ou não. Ele limpa todos naquela mesa. Ela fica radiante!

Quem não acha piada é o árabe. Saca de uma espada e dirige-se furioso em direcção ao joelho que lhe ficou com os poços de petróleo. O joelho, num virote, dá uma paralítica no árabe e depois espeta-o no meio do chão com uma entrada à Fernando Couto, como se de um Pião o árabe se tratasse. No entanto, não contava com o mafioso, que tirou o taco de basebol das mãos do tasqueiro e aviou em cheio no menisco do joelho, escarrapachando-o no meio do chão. “Querias a Sicília? Sicília é do meu Babo… Ninguém mexe na Sicília… Quê? Are you talking to me?... Are you talking to me?...”, retorquia enquanto o joelho gemia e só não gritava por não ter boca…

Enquanto isso, feito diabretes, o tasqueiro e a gaja riam que nem uns malucos… “Por Alá, meu Senhor de quem Maomé é o Profeta! Por que razão estão a rir vocês, infieis?”, dizia o árabe, vizivelmente cheio de sono. “Sim, qual a razão de tanto alarido?! Quero rir também, oh oh oh!”, disse o mafioso, enquanto o joelho partido ao meio se contorcia ainda no chão.

“Deixei a chave lá em cima!!! Aguentem-se! Estamos os 5 aqui fechados!!! AAAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!”, chora de riso o tasqueiro, com a gaja estérica a gritar “Quatro gajos só para mim!!! E um deles árabe!!!! Que espectáculo!!!! Vejam bem a ironia!!!! BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!”

O meio-joelho, a custo, pôs-se direito. O mafioso fez festas ao gato. O tasqueiro preparou uns petiscos. O árabe foi dormir. A gaja foi à casa de banho sózinha, pela primeira vez na sua vida… E desde aí, o mundo sofreu horrores, pois estes cinco nunca mais se separaram…