Prelúdio: dois senhores estavam entediados e acharam por bem meter uns óculos escuros e ir assaltar um banco em Campolide numa tarde soalheira de Agosto. Lixaram-se, pois nem a agência tinha dinheiro para eles nem conseguiram dar à sola a tempo.
Acção: Aparece a Polícia de Segurança Pública, com os maléficos GOE e os cães-polícia e mais o diabo a mil. Assim, os senhores barricaram-se lá dentro com mais uma série de desgraçados que se calhar, muitos deles, só queriam ver o saldo ou levantar um livro de cheques. Uma senhora sente-se mal e os senhores, muito atenciosos, acabam por deixá-la sair com mais alguns. Aparentemente só lá ficou dentro quem quis... ou então quem eles quiseram, já não sei bem. Negociações com a polícia com vista a deixá-los ir em paz à sua vidinha foram-se desenrolando sem grandes evoluções. Às 23:00, decidem que vão sair e levam os dois últimos resistentes com eles, porque afinal já passava em muito a hora de jantar. Levam as pistolas em punho bem junto à cabeça desses resistentes para evitar que os malandros da polícia lhes fizesse mal... aos resistentes, não a eles, claro.
Epílogo: Os GOE não vão de modas e espetam dois balázios nos senhores, um em cada um deles. Um morre, o outro fica ferido! É o final triste e apocalíptico de uma tarde bem passada num espaço verde da cidade. Dias depois é depositada uma corôa de flores à porta do banco com uma faixa que dizia "Aqui morreu um brasileiro".
Moral da História: Já não se podem fazer assaltos nem festinhas na cabeça de alguém com o cano de uma pistola que se acaba com os pés na cova ou numa cama de hospital.
Questão filosófica a colocar na sessão de discussão pós-apresentação: Porque raio ninguém escarrapachou uma lápide também à porta do BES a dizer "Aqui morreu bem morto um cabresto de um assaltante que ameaçou de morte uma mulher indefesa!"? E porque raio tinha de se apelar à nacionalidade do criminoso? Seria mais aceitável se fosse português, argentino, espanhol ou chinês?
Fim da primeira sessão pública: (CLAP, CLAP, CLAP, CLAP...)
