27 de outubro de 2015

Queres música? Eu dou-te música.

Olá, olá.

Eu sei que deveria fazer aqui uma exposição muito longa em jeito de partilha, sobre os meus últimos 5 anos, o que fiz, o que deixei de fazer, como me sinto ao voltar a esta cave mal afamada mas NÃO ME APETECE. Há coisas que não mudam e o mau feitio da gaja continua.
Isso ficará para outra altura em que o Stricoisinho não me ande a morder os tornozelos por eu ainda não ter publicado nada.

Assim e para reinicio das hostilidades aqui na cave vou partilhar convosco uma história com muitos anos que me lembrei há dias.

Estávamos no ano de 1984 e tinha acabado de ser editado o single ''Do They Know it's Christmas''. Aqui a vossa cara amiga Angel que nunca pedia nada aos pais, implorou para que lhe comprassem a cassete. (Sim, sou velha como o caraças. Sou do tempo em que comprávamos cassetes. Se não sabes o que é, vai ver à Wikipedia ou qualquer coisa do género).
Depois de muita choraminguice, lá consegui arrastar o meu pai para uma loja de musica. Sim existia disso.
Lá disse ao senhor o que queria e quando o meu pai ouviu o preço achou que era muito caro. Não me recordo o valor mas para efeitos de piada vamos assumir que custava o equivalente a 25 euros.

Eu faço um ar triste como um cão. Queria mesmo a cassete. Eu sempre fui boa aluna, tinha boas notas, era bem comportada, nunca pedia nada e desta vez queria mesmo aquela musica. Que diabo os Duran Duran estavam lá e o George Michael também.

Olho para os sapatos, faço biquinho, ponho o ar mais desiludido do mundo.

É nesta altura que a maioria de vós pensa que eu ganhei a cassete, certo??

ERRADO!

O meu pai disse que não se justificava tanto dinheiro por uma musica, não quis saber se o dinheiro das vendas era ou não para ajudar os meninos que morriam de fome na Etiópia ou se os cantores eram os mesmos que forravam as paredes do meu quarto.

Disse-me: Queres uma cassete de musica? Eu compro-te uma cassete. Não quero que vás daqui triste.

E comprou.Ofereceu-me todo contente uma cassete de 7 euros com o Paulo Carvalho a cantar a musica: ''Os meninos à volta da fogueira.''

Escusado será dizer que dali a umas semanas eu pus fita cola no espaço vazio que nos permitia gravar por cima de uma cassete original e gravei uma versão toda ranhosa da musica  ''Do They Know it's Christmas'' a partir da rádio, com anúncios pelo meio e a minha mãe a bater em panelas lá na cozinha.


19 de outubro de 2015

TRÊS DE SEGUIDA



- No futebol, três de seguida é um hattrick;
- No basquetebol, três de seguida é porque se está com mão quente;
- No boxe, três de seguida indica que a guarda está aberta;
- Nas setas, três de seguida são 180 pontos;
- Na justiça americana, três de seguida é prisão perpétua;
- Na justiça portuguesa, três de seguida é cúmulo jurídico;
- Nas autárquicas, três de seguida e chega, se se cumprir o espírito da lei;
- Nas legislativas, três de seguida e acabou mesmo;
- Nas presidenciais, três de seguida não pode cá... e cheira a ditadura lá;
- Na cama, três de seguida é do caraças... ou fanfarronice;
- Na sala, três de seguida é dôr nas costas para alguém;
- Na casa de banho, três de seguida cheira muito mal;
- No bar, três de seguida é o início de uma bela bebedeira;
- Na estrada, três de seguida exige rapidamente um "OLHA PARA OS BURACOS, ANORMAL!!!";
- Na rua, três de seguida são antigos vizinhos do bairro onde nascemos;
- No escritório, três de seguida é porque há asneira da grossa;
- Na TV, três de seguida é reposição da temporada anterior antes da estreia da nova;
- Na rádio, três de seguida é fantástico... ou uma ENOOOOOORME seca se o artista não presta;
- Na bricolage, três de seguida implica largar o martelo entre um chorrilho de asneiras;
- Nos videojogos, três de seguida é "YOU FUCKING CHEATER" e ban, mesmo quando se é só melhor que os outros;
- Nas redes sociais, três de seguida significa: "mas ninguém me faz likes?";
- No Pentagamia, três de seguida demonstra que o Strik3r era, é e continuará a ser o maior aqui da cave!

13 de outubro de 2015

UMA COISA LONGA E COMPLICADA...

Frequentemente quando os amigos falam, vem sempre à conversa as relações interpessoais, sejam elas de que tipo forem. E é também muito frequente que nesta conversa surja a dada altura uma destas frases: "isso é uma longa história" ou "isso é complicado". A desconstrução das situações em que estas frases surjem normalmente indicam que algo complicado tem por trás uma longa história com factos complexos. E sim... normalmente é uma história triste, em que a relação de discrição longa acabou devido à complexidade conjuntural que os intervenientes não souberam domar da melhor forma.

O ser humano é complexo por natureza. É um animal social por um lado, mas que preza a sua individualidade por outro, e é aqui que a complexidade das relações interpessoais (amorosas, amistosas, comerciais, etc.) começa a tomar forma e a história começa a ganhar parágrafos. Por um lado o Homem quer satisfazer a necessidade do outro espécime, por outro o mesmo Homem é egoísta e não quer comprometer o seu forte, não quer a sua zona de conforto comprometida com uma pedra cirurgicamente colocada debaixo do colchão na zona da vértebra L4. 

As relações bem sucedidas são aquelas cujos colchões de cada um são Pikolin ou aquelas em que os intervenientes dominam a técnica dos faquires, tornando a história com muita pedra mas simples.

Obviamente que este tipo de analogia não se aplica apenas ao ser humano, mas a todo o animal que por norma vive em sociedade. A particularidade do ser humano é que tem um cérebro particularmente desenvolvido, uma inteligência consideravelmente superior a qualquer outro animal no planeta Terra, e tal permite-lhe arranjar muito mais factores para complicar as suas relações. Ou simplificá-las, todas, de uma só vez de maneira surpreendentemente eficaz...

Foi o caso de um senhor inglês que se chamava William Wood, Willy para os amigos (se não era, passa a ser, para toda esta lenga-lenga fazer sentido mais adiante). O Willy conseguiu descomplicar todas as suas relações interpessoais de uma forma fácil e eficiente, quando em 2007, qual João Merdas, decidiu mudar de nome. Provavelmente por o diminutivo Willy ter conotações, especulando eu, a características falicamente simplificadas da sua pessoa, foi ao registo e passou a chamar-se... Something Long and Complicated.


"Tens uns amigos muito esquisitos no Facebook, oh Snik3r", dirão vocês. Calma, amigos! Os bêbados são meus amigos ao balcão, porque pagam o que bebem. O que fazem com a ressaca é lá com eles desde que não me chateiem. A realidade é que durante oito longos anos o Mark Zuckerberg não achou piada a ter um perfil de um gajo a dizer que tinha muitos nós no baixo ventre e bloqueou-lhe a conta de Facebook, por duvidar da legitimidade oficial do nome do individuo. Só agora, o Coiso Comprido e Complicado conseguiu finalmente reaver o seu perfil, estando obviamente radiante.

Isto leva-nos a voltar um pouco atrás na conversa: relações interpessoais. O Complicado Willy Comprido tem todas as suas presentes e futuras histórias, compridas ou complicadas, muito simplificadas! Alguém que mudou o seu nome para tal não pode estar à espera de vir a ter muitas histórias longas e complicadas, porque as pessoas não terão grande interesse em manter relações pessoais, profissionais, comerciais ou conjugais com o Uma Coisa. Serão sempre histórias simples e muito curtas.

PS: recuperou o perfil de Facebook, é certo, mas... terá amigos, além da mãe?

5 de outubro de 2015

RENASCER DAS TREVAS


Fiquei um pouco atarantado com a notícia de uma moça que já "morreu" 13 vezes. Aparte de todo o drama que deve ser viver assim e com uma pessoa assim, confesso que a minha mente retorcida imaginou logo os Monty Python, com o Eric Idle vestido de mulher a gritar "Jack, a Rebecca morreu!!" e o John Cleese a responder um boçal "oh, isso passa-lhe"! Além disso, há uma personagem mitológica que não acha piada nenhuma a esta brincadeira do "morre - não morre"...

Acordar da morte, ressuscitar, voltar à vida, como quiserem definir, pode ser bom, mas nunca será consensual. A morte política IRREVOGÁVEL do Paulinho das Feiras, e consequente tomada de posse do seu fantasma como Vice-Primeiro Ministro, atormenta-me mais que um barril de cerveja benzido.

Os contornos fantásticos desta história de terror retorcem-se no facto de o Paulo Portas revelar-se um autêntico Monstro de Frankenstein, Pedro Passos Coelho assume o papel do pai Viktor Frankenstein, mas neste caso uma fatia significativa dos aldeões, fascinados, fazem festinhas ao bicho em vez de o escorraçar com tochas, paus, catanas e ancinhos.

Assim, o país enfrenta mais uns tempos de morte catatónica, com o medo de bichos como Troikas, Merkels, Portas e Passos, com o fantasma do Sótraste a assombrar o Governo e a Justiça. Neste Purgatório pouco dado a tascas (porque o IVA rebenta com o negócio), nem o crime organizado se safa. Foi por isso que o Mobster pediu ajuda...

O Mobster chamou...


... demorou o seu tempo... mas o TASKAS...


... a GAJA LOIRA...


... e o ANÃO... 


... ou parte dele...
... estão de volta.