ESGALHÃO E O PÉ DE COENTRADA

Era uma vez um menino árabe que vivia numa tenda à beira-deserto plantada. Metia inveja a todas as modelos lá da zona porque era magrinho, magrinho, muito magriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinho. Um dia a mãe do Esgalhão (assim se chamava o menino) mandou-o ir vender o porco, porque era um animal sujo e nem para comer dava, e que porco era comida de porcos, por isso que o fosse vender à feira onde estavam todos os gauleses mafiosos. E assim fez o Esgalhão.

Só que o moço não era muito esperto e a meio do caminho deparou-se com uma gaja montada num cavalo japonês. "Que andas a fazer, puto?" perguntou a gaja. "Ah e tal, vou alí levar comida aos porcos." Lá estiveram mais um bocado na conversa, até que a gaja diz assim "Pá, tu queres ficar rico?" Obviamente os olhos do Esgalhão arregalaram-se todos. "Então fazemos assim: dás-me essa camisola imitadora da Juventus e eu dou-te um saco de sementes de coentros. Chegas a casa e enterras o porco vivo com as sementes, que são mágicas! Assim, livras-te do porco e ficas rico sem fazer a ponta do corno, como bom chefe de família que és!" O Esgalhão ficou todo contente. Então mandou dois pontapés no porco e lá o levou para casa novamente.

Chegando lá, o Esgalhão meteu o porco num buraco, mandou as sementes dos coentros lá para dentro e toca a meter areia em cima do bicho, que grunhia que nem um porco... bom, mas isso já vocês sabiam... Continuando, o Esgalhão chega a casa e dá logo o primeiro patapufe à mãe ao vê-lo todo vermelho do sol, por não ter a camisola. Ele ainda argumentou que era bonito e que o vermelho é a côr da moda, mas calou-se quando ela lhe pôs um dedo nas costas, pois nem conseguiu berrar em condições. O segundo vem quando ele lhe conta porque ficou vermelho. Aí levou com a mão toda nas costas e foi mandado para a cama sem comer! "Estúpido, eu não como mas tu também não!" gritou a mãe, desesperada por nem um porco ter para vender.

No dia seguinte, o Esgalhão acorda muito triste mas a sentir um cheiro a pezinhos de coentrada enorme! Quando levanta a tenda, vê uma enorme pata de porco bem temperada com coentros, tão grande que ia até ao céu! Como um puto estúpido que se preze, decidiu trepar, mais depressa ainda quando a mãe apareceu a chatear-lhe a moleira... Subiu tão depressa que parecia o Cristianho Ronaldo naqueles dias em que está a fugir aos paparazzi. De repente, chega ao cimo e vê que o pezão de coentrada acaba mesmo depois das nuvens. É então que vê um castelo em forma de quadrado todo castanho, BUÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ da grande. Como qualquer puto irresponsável lá vai ele até lá... Passa por baixo da porta e vê toda uma casa BUÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ grande, com tudo de bom e do melhor e ainda por cima enorme.

O puto Esgalhão estava completamente abardinado. É então que começa a sentir o chão a tremer. Esconde-se para ver o que era... É então que se depara com a maior aberração do mundo: IKSVODALEDEROM, O ANÃO GIGANTE! Ficou horrorizado com tão vil aparição que mandou um grego seco e o Iksvodalederon (Iks para os amigos) apercebeu-se... E é então que diz: "FIII FAI FÓ FUM, cheira-me a fã benfiquista número um!" O giganão procurou, procurou, procurou, mas nunca mais encontrava o gajo que lhe havia cheirado.

Cansado de tanto procurar, Iks dirigiu-se ao armário e eis que tida de lá uma águia e um balcão de taberna, com taberneiro e tudo lá dentro. E então berra: "QUERO JOOOOOOOOOOOOOOOLA!!!!" O taberneiro lá tira uma bela imperial, mas o Esgalhão sempre pensou, mesmo não sendo muito esperto, que um caneco tão pequeno nunca iria saciar um anão tão grande! Eis que, como que por artes mágicas, a águia bate as asas e a caneca de bejeca cresce, cresce, cresce, cresce, e cresce, até ficar numa enorme girafa com a qual o Iks se regala que nem gente grande!

Depois da bubadeira, Iks cai no sono. O Esgalhão, puto reguila que adora confusão, decide arranjar problemas para o seu lado. É então que decide roubar a águia e o balcão de taberna. Sobe para cima da mesa e acorda o taberneiro. "Pssst! Pá, acorda! Vou tirar-te daqui!" O taberneiro fica todo contente, pois agora, finalmente, tem alguém com quem fugir e poder levar assim o seu balcão mágico, que saca imperial sempre bem viva e que nunca precisa de trocar barril. Os dois pegam no balcão, metem a águia em cima do balcão e ARIOPS!!!! Toca a dar ao pedal, mas devagarinho para não acordar o Iks. Eis que surge a primeira contrariedade: como descer o balcão da mesa para o chão? Era altíssimo e se se atirasse o balcão, além de se desfazer acordava o Iks. É nisto que o Esgalhão tem uma "brilhante" ideia: pega no mini-mega-agrafador que o Iks tinha em cima da mesa e TCHANK!... agrafou a águia ao balcão, e depois empurrou... A águia, como é mágica, lá poisou o balcão gentilmente no chão já junto à porta (toda rôta, pois apesar de ser mágica, carregar aquele bicho sozinha é dose!!!). Eles desceram, agarraram no balcão e ALA QUE É CARDOSO!!! "Quem, tu?" perguntou o taberneiro. "Não, e tu? Não és Cardoso??" indagou o Esgalhão. "Nada disso!" retorquiu o taberneiro.

Como estavam nesta conversa parva, não viram que se aproximavam de uma árvore feita de nuvem. É aí que o Esgalhão comprova que as nuvens afinal não são tão molinhas quanto isso e "amanda" uma ganda coquinada na árvore, soltando um berro tão grande que acordou o Anão Gigante! Este dá-se conta do roubo e desata a correr atrás dos fugitivos.

"FIII FAI FÓ FUM, Pião que é Pião não me escapa um!!!" vociferou ferozmente, enquanto corria na direcção do dúo fugitivo. O Esgalhão levantou-se, agarrou no balcão e correram como se não transportassem nada. Chegados ao buraco, atiraram o balcão (com a águia a esvoaçar outra vez) e desataram a descer o pézorro de coentrada como se não houvesse amanhã. Mas o Iks estava cada vez mais perto. Chegando cá abaixo, o Esgalhão olha para cima e vê o Iks já a descer o Pé de coentrada. É então que ele vê a coisa mais nojenta (na sua percepção muçulmana) que havia visto até hoje: o Taberneiro estava a comer deliciado o Pé de coentrada gigante! "Vá, come essa merda depressa, senão o gajo apanha-nos!!! O Taberneiro comeu, comeu, comeu, comeu... mas chegou a um ponto em que já estava de tal forma empaturrado que nem a cerveja empurrava mais... "Esgalhão... tens de ser tu a acabar! Daqui a 10 segundos ele está cá em baixo!" falou o Tasqueiro visivelmente enjoado já... Este atirou os talheres para o ar, o Esgalhão parou-os no peito... e... ZÁÁS-ÁS-ÁS-ÁS-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás-ás... (efeito eco em slow motion... pura realização cinematográfica).

Grande garfada do Esgalhão no pé de coentrada! Mastigou-o e, curiosamente, adorou o sabor! Enquanto mastigava maravilhado, o pé de coentrada caía e o Iks espalhava-se ao comprido, caindo de boca e rebentando um joelho! Esgalhão abraçou-se ao Tasqueiro, agradecido por este o ter descoberto novos sabores. Os tuaregs da região vieram todos ver o que se passava!

O Tasqueiro e o Esgalhão abriram então um negócio próspero. Cortaram o Iks às postas e fizeram "recuerdos" em pequenas caixas de acrílico para venderem pedacinhos aos viajantes, enquanto serviam pezinhos de coentrada, cerveja sempre bem viva, e jogos do Benfica via Sport-TV, mas acompanhados in-loco pelo vôo da águia. A mãe do Esgalhão deserdou-o de todo o nada que ele tinha e foi viver com um sheik como a sua 2035ª concubina. Viu estrelas uma vez, pois quando ia ver pela segunda o Sheik tinha morrido, pois era norma só brincar uma segunda vez com uma concubina apenas depois de todas já terem brincado (tinha espírito social, o moço). A gaja aparecia de vez em quando no estaminé dos Benfiquistas. Os mafiosos gauleses nunca mais comeram porco na vida.

E assim viveram todos felizes até um dia em que morreram todos de cancro de pele...

Moral da História: roubar e matar compensa. E quem parece burro e idiota às vezes engana bem... Olha o Esgalhão... era parvo e burro, mas tinha sempre guita e bejeca sempre viva...