15 de abril de 2008

AUTO DA BARCA DO PENTAGAMIA - PARTE III


PARTE III – O MAFIOSO

Diabo:
À barca,
à barca, houlá!
Que temos gentil maré
Ora venha o caro à ré!

Mobster:
Bons olhos o vejam
Senhor das Trevas e amigo
Muitos anos se passaram
Desde que a minha alma veio consigo

Diabo:
Pobre lusitano guerreiro
Primo de irredutiveis gauleses,
Levou com uma seta no cagueiro
E ficou catatónico por meses
Lá apareci eu como sua salvação
Vendeste-me a alma e sobreviveste
Fizesteis dinheiro até mais não
Viraste Padrinho, pior que a peste!

Mobster:
Xiu, calai essa matraca
Não dizei mentiras sobre a minha pessoa
Apenas não quis viver numa barraca
Agora é certo que não foi à toa
Que consegui comprar uma mansão
E financiar a construção
Do grande Estádio do Dragão!

Diabo:
Oh falhão, ao fim ao cabo
O dia não está tão mau.
Parece que afinal aqui o nabo
Sempre leva uma alminha na sua nau.

Strik3r:
Restauração, que belo negócio
Sociedade prometida
Num belo periodo de ócio
Durante a nossa bela vida
Não foi, caro Gaulês?!

Diabo:
Que ninguém me passe a vez
Tua alma foi por mim comprada
Esse negociata não pode ser quebrada

Mobster:
Aqui está o contracto
Assinado por meio de pacto
“As duas partes aqui enumeradas
A cumprirem com a sua parte
Serão devidamente ressercidas
Como aqui descrito com arte
Lucifér dá o poder de submissão
Cura as feridas e proporciona salvação
A Mobster Saraivix enquanto este puder
Exercer sua actividade em parte qualquer!”

Diabo:
Não penseis que de Parvo me fazeis
Como aqueloutro que por aqui passou
Tua vida acabou, vós morresteis
Saltai imediatamente para a barca ou eu vou…

Mobster:
Ou vós ides o quê??
Só no Inferno poder-me-eis parar
Enquanto puder fazer negócios
Não me podereis agarrar

S.Pedro:
Não me quis meter ao barulho
Pois a marca do Mal está em vós
Mas já que não ides para o Inferno
Que tal arrepender-vos e juntar-se a nós?

Mobster:
Minha decisão está tomada
E nem que tentem levar-me a reboque
Minha eternidade será na tasca
Com o Tasqueiro, a Gaja e Super Bock!

Fim da Parte III

A seguir: PARTE IV – O ANÃO

1 comentário:

Angel disse...

Numa epoca de mudança em que nos preparamos para baixar as calças aos brasucas e abdicar do nosso mui lindo português, eis senão quando aqui o nosso tasqueiro, dá mostras do melhor que a nossa lingua tem!!!

BATAM PALMAS DE PÉ, CARAI!!