E QUEM EDUCA OS PAIS???

Hoje fui para a porta dum infantário, tal qual centro de saúde, em busca de uma vaga para o meu filhote. Estive lá duas horas à espera que as inscrições se iniciassem.

Nesse meio termo, estava entretida a assistir a uma cena que decorria na sala de espera.

Um miudo de 2 anos acompanhado da mãe, saltitava por ali. Como todos os putos de 2 anos, era reguila e traquinas. A mãe, essa, foi deixando esticar a corda até onde deu.

Quando achava que ele estava a passar dos limites, ou porque estava a importunar alguém ou porque resolvia morder as tubagens de água quente do radiador, lá o chamava à atenção.

Uma hora depois estava a começar a ficar cansada de o chamar à atenção e mudou de tom:

- Estás a levar não tarda!

- Vê lá se queres apanhar??

O puto, esse, saltava por cima das cadeiras, mexia nas malas das senhoras, ia atrás de outras pessoas e por fim, na ânsia de fugir para a rua, deixou entalar os dedos na porta.

Nada de muito traumatico, não fez sangue, nem partiu dedos, nem sequer incharam ou ficaram roxos, apenas um entalãozito. A mãe atingiu o limite, agarrou-lhe por um braço e deu-lhe uma palmada nos dedos já doridos pelo entalão e obrigou-o a sentar-se ali ao lado dela, sossegado.

É aqui que para espanto meu, assisti a uma cena que não estava à espera.

Um grupo de pais e avós quase linchavam a mulher:

- A maltratar o filho vejam lá!''

- Que espécie de mãe é esta?

- Olhem, olhem, bateu nos dedos da criança!

- Ela queria era que se fizesse queixa!

Etc, etc, etc.....

A mãe essa, calou-se a tudo, fingindo que não estava a ouvir.

O puto choramingou 2 minutos e depois já andava a brincar outra vez, claro, que não ficou cheio de dores da palmada da mãe.

Eu, estava boquiaberta pelo atitude colectiva que tinha assistido.

Até pode ser discutível ela ter dado a palmada nos dedos entalados mas sinceramente, além de ter um sido practicamente um ''enxota-moscas'', nem sei se ela se apercebeu que era aquela mão. Ele vinha a chorar de mão esticada e foi mesmo naquela que ela lhe bateu.

Seja como for, passou-se e passado uns minutos, o puto resolve dar uma palmada numa pessoa porque queria aquela cadeira para ele. A mãe levanta-se, pega nele e obriga-o a sentar-se ao pé dela. Nova onda de acusação:

- Credo, que besta!

- Já viram? Já viram o que ela faz ao filho??

- Há mulheres que não deviam ser mães!!

Eu comecei a rir. A cena era ridicula. Hoje em dia um pai ou mãe não pode ''castigar'' um filho publicamente sem correr o risco de ser queimado/a vivo/a.

Já dias antes, tinha assistido no café onde vou, o filho do dono a chamar cabrão ao avô e o pai a dar-lhe um tabefe. Uma cliente, indignada, levanta-se: ''Você bate no seu filho?'', o dono responde: ''Não! Deixo que ele me bata!'', obviamente incomodado com a pergunta despropositada. A cliente, sentou-me mas em tom de critica diz para quem quis ouvir: ''Eu eduquei a minha filha sem nunca lhe bater!''

Conclusão: O ser humano não sabe funcionar em meio-termo. Se antigamente havia pais que espancavam filhos de cinto o que era um exagero, agora estamos exactamente no campo oposto. Os putos batem nos pais, são malcriados, fazem ''trinta por uma linha'' mas os paizinhos não lhes dão uma palmada no rabo, vulgo ''nalgada'', porque podem ficar traumatizados e desmotivados, acabarem na droga ou na prostituição.

E pior, aí daquele pai ou mãe que em público, resolver dar uma palmada no filho. É bom preparar-se para as ofensas e ameaças. Se não levarem um processo na protecção de menores já vão com muita sorte!